Já vimos em outros posts que quando mencionamos neste blog "conservador", estamos falando no autêntico conservador, e não no liberal tradicional, nem dos velhos ratos da falsa direita que por fanatismo, ausência de bom senso, dificuldade de diálogo saudável, distorcem e abusam do Conservadorismo. E também já vimos que para o conservador nada é mais importante do que a formação humana, onde a palavra-chave é a virtude à luz de Sua Divina Majestade N. S. Jesus Cristo, ainda que a pessoa não seja obrigatoriamente cristã.
O incrivelmente amável São Francisco de Sales, inspirador de um dos homens mais extraordinários do século 19, Dom Bosco, comparava o universo das virtudes com a colmeia, onde a Caridade, imersa na Justiça de Deus, é a Rainha. A metáfora é para nos orientar o seguinte: qualquer qualidade que não seja para alcançarmos a Caridade não pode ser considerada virtude. Acontece que no imperial compêndio das virtudes, que tem a Caridade por meta, há algumas mais básicas, que são pontos de partida e geram outras ou fazem parte das demais. A Humildade e a Pureza de Coração fazem parte deste fundamento; e hoje falaremos da primeira.
1. ETIMOLOGIA: origem da palavra humildade.
A palavra HUMILDADE vem de humus, a parte mais fértil da terra para a vida. Está na terra, em baixo, sinalizando oposição à vaidade, ao orgulho, à arrogância, à mentira, à afetação. Por isso, por exemplo os pretensos ao sacerdócio se deitam no chão com os braços abertos no dia em que recebem o Sacramento da Ordem. Os políticos deveriam fazer o mesmo. Por isso, inspirada pelo Divino Espírito Santo, a simplicíssima e perfectível St. Teresinha de Lisieux sintetiza: "humildade é a verdade".
2. DEFINIÇÃO DE HUMILDADE.
Humildade não é falar baixinho, vestir-se mal, ser caipira. A Revolução distorceu o significado de humildade para tirar do verdadeiro humilde a coragem de exortar, corrigir, desmascarar falsidades. Porque humildade nada mais é que amar a verdade mais do que a si mesmo. Disso, sem sofismar, entendemos que quando amamos mais a nós próprios e a alguém do que a verdade, mais nossa imagem do que os fatos, incorremos na prática do orgulho. No entanto, os astutos filhos das trevas - pessoas ruins que querem tomar a virtude por ponto fraco dos filhos da luz, os que amam o bem - pegam essa definição para tentar prejudicar pessoas: dizem uma verdade em público para destruí-la, de sorte que, se ela aceitar a denúncia, bens maiores são postos em jogo. Por isso, a Tradição Apostólica diz que a Humildade só pode ser virtude se mira a vontade de Deus: isto é, submissa ao discernimento. Não é a toa que Sua Divina Majestade nos diz: "sede mansos como cordeiros, simples como os pombos, em proporção a serdes astutos, espertos, como serpentes".
3. MANSIDÃO E HUMILDADE.
Mansidão e Humildade são duas virtudes distintas, mas em geral andam juntas. Porque os Humildes não são pacifistas, e sim pacificadores. E a Paz, como nos explica o grande Sto. Agostinho, é a tranquilidade da ordem. Ora, se é da ordem, com caridade e justiça se deve lutar contra a desordem. E se de um lado o melindre de ser corrigido nos deixa complexos, o amor à verdade simplifica o Homem. Esta é a riqueza da prática Humildade.
CONCLUSÃO.
Reconhecemos que não é um assunto fácil e que o posto apenas dá introdução ao tema. Porém, elucida, pontua, põe pingo aos is, às reticências e às exclamações. Ou seja, se você parar de chamar o velhaco de humilde e deixar de intitular o convicto de arrogante, o posto já terá cumprido sua missão.
Grato pela sua atenção, aguardo seu retorno. E-mail: andre@artesemelodias.com.br. WhatsApp: 19 99 700 9898.
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